Certo dia estávamos todos em casa felizes da vida, estávamos contentes, pois
meu time de basquete tinha ganhado um campeonato.
Estava eu, meu irmão e minha mãe em casa comemorando. Quando foi 11 horas da
noite fomos nos deitar para dormir.
Minha casa estava a maior bagunça, pois estavam construindo o segundo andar,
então minha mãe dormia na sala e eu e meu irmão no quarto.
Quando cai a madrugada, ouço minha mãe me chamar, me levanto e vou ver o que ela
quer, então ela me diz que tem alguém lá em cima jogando pedra nela.
Fiquei assustado, logo de cara pensei que poderia ser um bandido, então chamei o
meu irmão e combinamos de subir juntos. Como não tinha luz lá em cima acendemos
cada um uma vela e fomos.
Enquanto estávamos subindo a escada, sentia um frio tremendo, parecia que lá em
cima estava com menos 3 graus. Quando chegamos, disse ao meu irmão vá para o
quarto da mãe, que é o dela hoje, que eu vou para o nosso, que é o nosso hoje.
Quando entrei no quarto, logo de cara vi uma criança agachada chorando no chão,
e então pensei essa criança deve estar fugindo de alguém que quer lhe fazer mal.
Quando cheguei perto desta criança e fui pegá-la para conversar ela sumiu, quase
morri de medo, então minha vela apagou. Não pensei duas vezes, sai correndo
derrubando tudo.
Meu irmão ainda com sua vela acessa me perguntou o que foi, e lhe expliquei o
que aconteceu, então ele começou a rir, quando do nada sua vela apaga e
começamos a ouvir passos dos dois quartos.
Descemos as escadas correndo, não sei como não caímos. Quando chegamos lá em
baixo, minha mãe me perguntou o que era, então lhe disse, que tinha o espírito
de uma criança lá em cima, e ela duvidou e falou um monte de besteiras para mim,
inclusive que isso não existia.
Depois disso ela foi dormir com a gente no meu quarto, mas quem disse que
conseguiríamos dormir aquela noite, pegávamos no sono meia hora, acordávamos com
barulho na casa e aquele choro de criança na minha cabeça. Não sabia o que
fazer, estava ficando atordoado, tinha vontade de ir lá ver o que estava
acontecendo, mas as pernas não deixavam.
Do nada quando olhei para a janela do meu quarto, aquela mesma criança passa e
me dá um sorriso, e todos os barulhos na hora somem, não ouvíamos mais nada.
Até hoje não sei o que aquela criança queria de mim, só sei que alguém fez mal
para ela, e essa mesma pessoa ia fazer mal para nós, e essa criança veio nos
proteger.
Juan - São Lourenço da Serra - S.P.